Nosso grupo de pesquisa teve recentemente um artigo publicado na Environmental Research Letters, com o título Mato Grosso’s rainy season: past, present, and future trends justify immediate action pelos autores Luiz Felipe Sant’Anna Commar, Lucas Louzada, Marcos Heil Costa, Livia Maria Brumatti e Gabriel Medeiros Abrahão.

Resumo: O estado de Mato Grosso (MT), o gigante agrícola do Brasil, deve seu sucesso à longa estação chuvosa que permitiu a adoção extensiva da dupla safra, elevando a região a um dos principais produtores de grãos do mundo. No entanto, estudos recentes alertam sobre os impactos adversos do desmatamento e da variabilidade climática, que estão causando uma diminuição das chuvas e um atraso no início da estação chuvosa. Essas mudanças representam ameaças significativas tanto para os ecossistemas quanto para a agricultura intensiva. Para avaliar essas ameaças, comparamos as precipitações passadas e presentes e a duração da estação chuvosa no MT e realizamos projeções climáticas robustas usando simulações climáticas forçadas por cenários realistas de desmatamento. Nossa análise dos dados de precipitação observados nas últimas quatro décadas e as simulações do Community Earth System Model confirmaram uma tendência preocupante de diminuição dos volumes de precipitação, atraso no início da estação chuvosa e menor duração da estação chuvosa. As projeções climáticas indicam que esse padrão se intensificará, com início previsto para o final de outubro e duração da estação chuvosa menor que 200 dias até meados do século. Essas descobertas destacam o possível impacto sobre o sistema de cultivo duplo do MT, um pilar do sucesso agrícola da região, e enfatizam a necessidade urgente de práticas agrícolas sustentáveis em larga escala e intervenções estratégicas por parte dos tomadores de decisão regionais para mitigar as perdas agrícolas e a degradação do ecossistema.

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Dados da publicação para citação:
COMMAR, Luiz Felipe Sant’Anna et al. Mato Grosso’s rainy season: past, present, and future trends justify immediate action. Environmental Research Letters, v. 19, n. 11, p. 114065, 2024. DOI: 10.1088/1748-9326/ad8588